segunda-feira, 5 de junho de 2017

Onde ficar em Banguecoque?

Vivi alguns meses na Tailândia e tenho muito a contribuir com vocês sobre onde viver. Sugiro que as áreas próximas ao aeroporto sejam evitadas, pois são áreas mais comerciais e fora da zona de turismo. Para quem quer ficar, de fato, no centro, eu sugiro que fique próximo à estação Siam, que é considerado o "centro" da cidade (até 4 ou 5 estações distantes). Há algumas outras regiões interessantes como Thong Lo, próximas ao centro e com boas opções de bares, mercados, spa, lojas, restaurantes (muitos estrangeiros que trabalham na Tailândia vivem nessa área, mas é uma área bastante valorizada (e, por isso, um pouco mais cara), embora esteja há algumas estações afastada do centro).
Vale a pena viver em alguns lugares mais distantes do centro, especialmente, em virtude de, em alguns lugares, os condomínios terem excelentes preços e muitas opções com restaurantes e entretenimento. Durante os meses em que vivi na Tailândia, eu morei próximo a três estações (tomo como base as estações, porque é muito complexo explicar a cidade da maneira pela qual ela é dividida, além disso, esta, com certeza, será a melhor explicação que você receberá, pois você deve, necessariamente, tomar como referência essas estações, até porque os taxistas, dificilmente, saberão chegar ao seu hotel/hostel/condomínio ou falarão inglês de maneira que possa haver um diálogo compreensível, então, tenha como referência (se for o caso) a estação próxima ao seu hotel/hostel/condomínio (também sugiro que seja utilizado o sky train em vez de táxi, que demora muito tempo, pois o trânsito em Banguecoque é bem agitado, sempre).
Phra Kanon
Gostei dessa área. Próxima a um hotel com um bar com uma bela vista da cidade e próximo a um pequeno comércio. É uma região interessante, não tão distante do centro.
Thong lo
Cerca de 4 estações distantes do centro da cidade, essa área é uma das melhores para viver. Você nem precisará sair deste bairro, pois as opções nele são melhores do que no centro, eu diria. É uma área bastante conveniente, com vários bares, mercados, clínicas e condomínios. Muitos estrangeiros residentes na Tailândia vivem nessa região.
Wongwain Yai
Área bastante residencial. Morei 1 mês e alguns dias nesse área. É próxima ao Mercado noturno, onde há uma roda gigante enorme (bem bancana, vale a visita). É uma área um pouco parada, mas vale a pena viver aí, especialmente se você morar próximo ao sky train.
Pinawitch
Evitem se hospedar/morar em lugares que sejam mais de 10 estações distantes da estação SIAM. Quanto mais longe, menos opções de lazer você terá. A cidade não é perigosa, então, não se preocupe. Não gostei dessa região, bastante isolada.
Meio de transporte na Tailândia
Também não posso deixar de mencionar que, embora o custo de táxi não seja elevado, o custo do bilhete de metrô/skytrain é muito baixo comparado com o preço dos táxis. Muitas vezes, os taxistas não ligam o taxímetro (e, mesmo que você peça, muitos não ligarão) e cobrarão até 10 vezes mais do que o valor original que você pagaria (mesmo assim, o preço não é tão elevado, especialmente se você pensar em dividir para dois).

domingo, 4 de junho de 2017

ALUGUEL DE APARTAMENTO NO EXTERIOR: UMA ALTERNATIVA AO "PREÇO TURISMO" PROPAGADO PELA INTERNET

Primeiramente, é importante definir o seu perfil de morador para pensar, posteriormente, no aluguel. Se você residir já no país onde pretende alugar ou se tiver sido contratado por alguma empresa para trabalhar em outro país e, por essa razão, tiver se mudando, será um pouco mais fácil. Por quê? Porque você não será visto como TURISTA (aquele na concepção mais clichê possível, que manutenciona o PREÇO TURISMO, mesmo que seja brasileiro e todos saibam que a sua moeda vale pouco). Então, o preço que será cobrado de você por um aluguel não será o mesmo para um turista, que, geralmente, pagará por aluguel de "temporada"/diária... Um aluguel para um turista (ou para qualquer um) que não deseja permanecer em hotel (apartamento, casa, flat, studio), em virtude de querer ter mais liberdade ou experienciar uma viagem em uma perspectiva mais local, cozinhando sua própria comida e tendo certa liberdade que os hotéis não permitem, e buscando por preços mais justos, não implicará o mesmo valor cobrado para um nativo ou alguém que trabalha e vive em determinado local, mesmo que o local seja bastante turístico. Vários sites, por exemplo, no caso de procura virtual por imóveis, fazem essa diferenciação e utilizam até vocabulário próprio para isso. Em virtude de os hotéis terem sempre preços elevados, em sua maioria, tem surgido um movimento de investidores donos de imóveis que os alugam pela internet. Nesse caso, alguns alugam por dia, por curto período ou por um ano.  Mas, ao contrário do que possa parecer, os donos de imóveis têm cobrado preços muito elevados e há, posso afirmar, uma espécie de “cartel virtual” em relação aos preços da internet.
Fazia pesquisas na internet para aluguel em vários países (mesmo fazendo a pesquisa na língua local) e sempre me frustrava porque nunca encontrava o aluguel de um apartamento na Europa, por exemplo, por menos de 40 euros por dia( aproximadamente 172,00 reais, cotação da data de publicação deste post, preço de uma diária de um hotel mediano no Brasil com café da manhã incluído para duas pessoas), 230 euros por semana ( aproximadamente 989,00 reais, na cotação da data de publicação deste post) ou menos de 700 euros por mês (quase praticamente 3 mil reais por mês e, às vezes, por um imóvel sem móveis. E, por favor, não me venham dizer que tenho de aceitar pagar entre 40 a 60 euros por dia para ficar em um apartamento e que não devo pensar em real, porque isso é pensamento de gente que NÃO SE PREOCUPA COM DINHEIRO, não sabe economizar. Vale ressaltar que não são todos que ganham em euro ou que devem resistir à desvalorização de nossa moeda e pagar o preço do dinheiro no exterior (eu não sou obrigado =) )).
Mesmo em países como Tailândia, cujo custo de vida é baixo (de qualquer maneira, se você não souber lidar com dinheiro, o custo de vida poderá ser alto mesmo na Tailândia), essa procura na internet tinha, também, um preço "universal", padrão, cito, por exemplo, o caso do site Airbn. Abro um parêntese para reclamar, também, do preço altos que são cobrados de estudantes no exterior (às vezes entre 3, 4 a 5 mil reais por mês por um quarto compartilhado, o equivalente, às vezes, ao preço do aluguel no próprio país ou ao até mais. Mas os estudantes geralmente pagam esses valores no Brasil para agência de turismos/intercâmbio e nem ao menos sabem desse diferença entre preço para turista e preço para nativo ou para quem trabalha no local).
Mesmo que você ganhe em euro, se já foi acostumado a viver com real, por que vai começar a ignorar o valor do dinheiro de seu país em outro país? Você poderá tirar uma lição disso e economizar, a não ser que não seja esse o seu objetivo. O discurso sobre "pensar em euro e não em real" é bastante carregado da ideologia, nesse caso, da universalização do valor do preço para turistas em todo o mundo. E, quando digo economizar, não me refiro a viver uma vida miserável, mas a viver uma vida mais racional, sem gastar tanto dinheiro irracionalmente, ou bancando o "turista" idiota). Pagar entre 40 e 60 euros por dia, conforme a minha concepção de "sair da perspectiva de turista", é uma piada. Por quê? Porque encontro (é uma busca mais árdua) apartamentos para alugar na Europa (vivo em um deles hoje), América do Sul, nas Ilhas do Caribe e na Ásia, no Brasil, com preços baixos para uma pessoa e até 3 entre 250 a 400 euros mensalmente, e até mesmo alguns hotéis bacanas (e não hostels, nada contra :D) com diária entre 15 a 20 euros por dia por pessoa). Não sei se essa lógica é aplicável a todos os países do mundo, mas valeu para mim em quase todos os países por onde passei, só não posso afirmar isso em relação à Islândia, Suíça (de fato, eu paguei um pouco mais caro do que me planejei para ficar nesses países e, nesse caso, eu fui a turismo, embora tivesse tentado escapar dessa perspectiva).
Também já tive experiência em alugar apartamento por um dia, por uma semana, por meses no exterior e no Brasil. Vale, mais uma vez, reforçar que esses preços destinam-se aos turistas. Eu, mesmo, quando viajo, tento sair desse "caminho". Já fiquei hospedado em São Paulo em apartamento/aparthotel cujo valor para duas diárias era de 100 reais (e poderiam ser hospedadas mais de quatro pessoas no apartamento, o que significa diária de 12 reais e 50 centavos por dia para cada pessoa). É preciso verificar, também, os casos em que os preços são cobrados por "pessoa" e não pelo "apartamento". Em sites estrangeiros, eles chegam a usar vocabulário próprio para fazer essa diferenciação. Em inglês, por exemplo, o termo "long term" é utilizado para diferenciar a categoria de aluguel que não é sazonal ou uma simples diária em apartamento.
Penso o seguinte: estrangeiros, geralmente, são vistos como turistas (aqueles na concepção mais clichê possível, aqueles que manutencionam o preço caro para o turismo hoje) e ficam em hotéis. Não necessariamente, mas imaginemos essa situação clichê. Por isso, pagam o preço TURISMO. Se, por outro lado, você é alguém que pensa racionalmente o seu dinheiro (seja você um simples turista ou turista milionário, nômade digital) e decidiu viver algun(s) ano(s)/mes(es) em outro(s) país(ses) ou está simplesmente viajando, poderá não ter de pagar por esse mesmo preço, caso saia dessa perspectiva de turismo.
Como uma pessoa, seja ela turista, empreendedor etc. consegue alugar um apartamento/casa no exterior sem pagar o preço TURISMO e sem muita burocracia? Vamos lá.
 Em alguns países, assim como no Brasil, é preciso de fiador, algumas imobiliárias exigem essa condição. Isso acontece, por exemplo, na Espanha. De qualquer maneira, para um estrangeiro que não tem raízes no país de moradia pretendida, será complicado encontrar um fiador. Para quem possui cidadania europeia ou para quem tem passaporte europeu, as condições de aluguel também serão facilitadas. Por quê? Confiança, claro. Alugar um apartamento no exterior sem que você tenha de fato um trabalho lá é possível, mas o caminho poderá ser um pouco mais árduo ou mais caro. Por duas razões.
1. O caminho poderá ser mais árduo porque você não será enquadrado na mesma categoria de um cidadão. Então, terá mais dificuldades do que um cidadão, que tem direitos. Algumas imobiliárias exigem uma série de documentos que talvez você não tenha, como ocorre com as imobiliárias brasileiras.
2. O caminho poderá ser mais caro, porque você, simplesmente, poderá seguir o caminho de alugar um apartamento pela internet, por exemplo, e "cair" na onda dos preços para turistas. Nesse caso, você ouvirá, com certeza, afirmações de que os apartamentos para aluguel na Europa são caríssimos em relação aos preços no Brasil, mas a questão é que quem propaga esse tipo de informação aluga apartamentos em sites caros como Airbnb (ainda é possível encontrar apartamentos com preço baixo neste site) ou aluga apartamentos em sites de procura de hotéis como booking.com ou simplesmente banca o turista ou quer pagar mais caro. Mesmo que você encontre algum site de aluguel que seja alguma referência pela internet para nativos, encontrará, com certeza, anúncios de imobiliárias e esbarrará com as exigências de fiador, por exemplo, ou de outras exigências que você não poderá cumprir. No site Olx, por exemplo, é possível encontrar, ainda, alguns anúncios com preços locais, cuidado, no entanto, para não cair em "pegadinhas", que anunciam preços mensais, mas que, na verdade, são semanais, especialmente em alta temporada (período em que nega-se, completamente, a existência de um preço que não seja o TURISMO).
 Uma alternativa, para sair da rota e do preço turismo poderá ser alugar um apartamento no exterior se você conseguir ter acesso às pessoas-chave, que alugam diretamente os imóveis, como ocorre no Brasil por meio do famoso "boca a boca". Além disso, poderá, também, encontrar algum aparthotel em conta que não exija todas as papeladas necessárias que são exigidas por imobiliárias e encontrará algum imóvel com um preço acessível. O problema será chegar até essas pessoas-chave ou encontrar algum aparthotel que não tenha o preço tão vendido ao turismo. De qualquer maneira, fuja, nesse caso, da internet, a não ser que você use a própria internet para interagir com estrangeiros que possam lhe dar essa informação. Para isso, converse com nativos, fique alguns dias em um hotel para obter essas informações (entre em comunidades de aluguel no Facebook do país), às vezes os próprios funcionários dos hotéis podem lhe dar algum dica, busque, também, em classificados, em alguns países isso funciona, como em Portugal. Quase todos os sites de anúncio de aluguel no exterior, a não ser os de imobiliárias, que pedem fiador e tratam, diretamente, com muitas questões burocráticas, cobram valores que estão muito acima do preço de moradia local. O problema não é só a desvalorização do real, mas também uma universalização do valor TURISMO pela internet.


domingo, 9 de abril de 2017

Como eu me tornei Nômade Digital?

Nunca pensei que viveria como Nômade Digital. Na verdade, eu nem sabia direito o que era o Nomadismo Digital, embora estivesse, desde quando comecei a trabalhar remotamente, "engatinhando" para fazer deste o meu estilo de vida. Às vezes, quando acordo no meu quarto e percebo que estou do outro lado do mundo, em relação ao Brasil, vivendo por minha própria conta (sendo desafiado a todo o instante, por estar fora da minha "zona de conforto"), eu me sinto assustado, especialmente em virtude de isso tudo ser muito novo para mim. 

Mais assustador, às vezes, ainda, é, de alguma maneira, me sentir em casa, embora eu me mude a cada três meses e more de aluguel na casa dos outros. Cheguei a comprar um apartamento, quando vivia no Brasil, mas ele perdeu a graça para mim depois que eu o adquiri e comecei a pensar que eu não queria viver na cidade onde eu o havia comprado. Sei que estou vivendo algo único e que, de alguma maneira, estou fazendo "parte da história". É um sentimento bom! Mas não vivo como Nômade Digital para "me sentir especial". Na verdade, eu vivo como Nômade Digital, primeiramente, porque eu posso (então, por que não?), porque a minha identidade hoje se constitui de uma maneira múltipla e porque, principalmente, eu adoro me desafiar. O Nomadismo, também, representa, em minha vida, infelizmente, um movimento de oposição à realidade social brasileira, que eu tive que suportar por muitos anos enquanto eu (sobre)vivi no Brasil, nos momentos em que eu estava bem ou mal financeiramente (assunto para outro tópico, que envolve questões relativas à violência, à corrupção e à maneira pela qual a sociedade brasileira se organiza e pensa*).

* Não sou desses que despreza e odeia brasileiros no exterior, mas, às vezes, para evitar confusão, eu prefiro ficar quieto e longe. 

Confesso: às vezes, eu me sinto um pouco "outsider" por estar vivendo, praticamente, fora da realidade das outras pessoas. Para mim, eu sei o que sou e sei o que o meu estilo de vida representa, mas sou encarado pelas pessoas (pelo menos assim compreendo o feedback de muitas delas), muitas vezes, de maneira errada; 1)- como turista (isso me irrita profundamente!) ou como 2)- alguém "perdido por aí" (não me importo com o fato de os outros pensarem isso de mim. Na verdade, quando lembro de como eu estava vivendo, antes de começar a viver como Nômade, dou graças a Deus por poder viver dessa maneira e por não ter de estar preso a um lugar só, embora reconheça alguns laços com o meu país, especialmente em relação a nossa língua). 

 Eu nunca planejei ser Nômade Digital, o nomadismo, simplesmente, aconteceu na minha vida de uma maneira natural. Não divulgo o Nomadismo para alavancar, mais ainda, os meus negócios digitais. Na verdade, a maneira pela qual eu trabalho virtualmente é um pouco diferente de outras pessoas que, em vez de viver o nomadismo, simplesmente, vendem-no. No meu caso, eu não preciso promover a minha vida como Nômade para viver dessa maneira, eu não dependo dessa promoção. Acho o meu relato significativo e REAL em relação aos desafios de uma vida como Nômade Digital, especialmente por eu não ficar "na onda" do "turista nômade". 

O que quero dizer com isso? Sempre fui muito 'crítico' em relação às minhas experiências de turismo. Já viajei bastante como turista e, depois de algum tempo, comecei a ficar desestimulado a vivenciar  as minhas viagens na mesma rede de hotéis, vendo as mesmas atrações turísticas famosas de cada lugar, fazendo programas com guias turísticos ou dormindo em hostel com "a galera". Não vejo tanta graça nessas coisas hoje; uma vez por ano até faz sentido, mas "viver" dessa maneira, não! Por isso, insisto tanto em dizer que um Nômade Digital não é um turista (e acho muito difícil conseguir manutencionar relações de amizade ou qualquer outro relacionamento que não seja tão superficial com pessoas que você encontrou "viajando uma vez por ano"). No caso do Nomadismo Digital, acredito que as relações sociais são diferentes. Por quê? Complexo isso.  Um Nômade pode, por  exemplo, visitar amigos que fez nos lugares onde morou e, no meu caso, com uma frequência b
astante possível.

terça-feira, 4 de abril de 2017

Adeus, Tailândia

Tailândia, está na hora de partir. Vou sentir, de verdade, muita saudade. Eu até ficaria aqui por um ano ou mais tempo, sem problemas, mas o fato de me imaginar em uma fila da polícia, preenchendo documentos, gastando dinheiro com tradução (buscar por um tradutor) me faz ter vontade de partir juntamente ao fato de pensar que eu sinto que, ainda, tenho muito o que explorar e conhecer (e aprender). Talvez eu procure ficar um tempo maior em algum outro país (a Croácia, com certeza, seria um desses países e, futuramente, a Tailândia (mas eu faria, nesse caso, um curso de tailandês).
[E então: para onde eu vou, agora? ("Volta para o Brasil, Anderson!"). As pessoas têm me importunado (pessoas próximas a mim e outras distantes) com esse tipo de frase, porque elas, simplesmente, não entendem o que EU estou vivendo, porque estão limitadas à realidade delas e, como brasileiros, querem encontrar um ponto de convergência, mas eu não tenho o menor problema em dizer, abertamente (e divergir, mesmo que soe arrogante), aliás, sempre disse isso, quem me conhece sempre ouviu esse meu reclame a vida inteira sobre o Brasil: EU NÃO QUERO VIVER AÍ (PONTO!). As pessoas têm motivações diferentes das outras. Esse tipo de papo me irrita, profundamente. Se você acha que viver no Brasil é bom, fique aí! Eu não acho.
E não deixo de gostar da minha família (e de algumas pessoas ou de ter amigos aí) por isso, tampouco de saber que sou brasileiro (e gostar da comida, por exemplo) ou de sentir a dita cuja saudade, especialmente, por meio do contato com a Língua. Quando há uma razão para voltar, quando há uma identidade consolidada para voltar, as pessoas voltam, mas, quando isso não existe e quando a felicidade reina no coração como nunca reinou antes (quem me conhece deve saber que passei anos trabalhando, sempre, para investir o meu dinheiro em intercâmbios e em viagens), a gente faz morada de lugares que nos fazem bem, com pessoas que nos fazem felizes, onde haja identidade, mesmo que haja, também, problemas (como em todo lugar, mas, no Brasil, somam-se problemas a mais problemas e uma falta de identidade que me faz sentir como se eu não existisse, não vou enumerar os problemas sociais brasileiros e cheguei a tentar (sobre)viver em outras cidades, mas não dá, acho que nem os tailandeses, com toda a calma do mundo, aguentariam. Nesse ponto, concordo com Antônio Jobim: "o Brasil não é para principiantes"*). Lamento! Mas vou aí fazer uma visita, no próximo ano, para os que sentem saudade (e matar a saudade também). Ainda não vou revelar para onde vou, quando chegar ao local, começarei a divulgar as minhas experiências, especialmente pelos meus sites.]
* Esse vídeo sou muito eu, nesse aspecto: "www.youtube.com/watch?v=DAuOuED0Y2Y&t=639s"
A barreira linguística por aqui me afetou muito, pois não é fácil a comunicação com os tailandeses caso você não fale a Língua deles, nós até tentamos fazer mímica, eles são carismáticos, sorriem bastante, mas uma hora cansa (algumas pessoas falam inglês, mas a comunicação fica muito superficial, eles não falam inglês tão bem como os europeus e o sotaque, para mim, é de difícil compreensão). Não tive problemas ao me comunicar em países como Croácia, Hungria (as minhas piores experiências linguísticas foram na Bulgária e um pouco na Tailândia. Na Bulgária, acredito, as pessoas são um pouco mais brutas e não têm muito paciência para quem não fala o idioma deles (lembro-me de que um taxista me "jogou" na rua, às 23h, depois de rodar, rodar pela cidade e não encontrar o local onde eu estava hospedado (muita confusão nesse dia, daria assunto para um outro texto. Eles têm outro alfabeto lá)). Na Tailândia, eles são muito calmos (é um marasmo que, juntamente ao calor (apelidei Banguecoque Sauna), faz qualquer um "desacelerar", é uma terapia para quem é ansioso). Eu me lembro de que alguns taxistas até ligaram para seus filhos(as) para que eles falassem inglês comigo quando não me entendiam direito S2. Muito amor, né?).
Fui MUITO bem tratado na Tailândia, recebi muito carinho do povo local (e até de visitantes que conheci pelo caminho, recebi visita de brasileiros, conheci vários estrangeiros...). Lembro-me de que um dia, andando pela rua em Bangkok/Banguecoque, notei um fato muito interessante. Umas alunas de escola ficaram me olhando, muito empolgadas e sorridentes (até me abraçaram rsrs) e vieram pedir para tirar foto comigo (eu, inicialmente, me senti uma celebridade). Depois, fiquei pensando: "cara, elas pediram para tirar foto comigo porque me admiraram" (observei a mesma reação dos tailandeses quando aparecem pessoas, Inclusive, tailandeses "bem produzidos" e, principalmente, ocidentalizados pelas ruas/shoppings). Pessoas bem-vestidas, bem cuidadas, eram paradas por outras que pediam para tirar foto (perguntei para o pessoal, no shopping, ao meu redor, se essas pessoas eram celebridades tailandesas e me disseram que não, então, perguntei por que os adolescentes, especialmente, estavam tirando foto com eles... não souberam me responder. Mas eu, também, vi o mesmo tipo de reação com outros ocidentais, bem-vestidos e com boa aparência. A regra não valia para mochileiros rsrs). Claro que essa atitude está mascarada de estereótipos da indústria da beleza, que aqui se consolidam pelos traços ocidentalizados, pele MUITO branca ((tanto para homem quanto para mulher) e traços mais delicados/finos (tanto para homem quanto para mulher) e poucos pelos (NUNCA VI TANTO PRODUTO PARA CLAREAR A PELA, INCLUSIVE, PARA HOMEM. A seção da Nívea para homem inteira, sem brincadeira, em relação a todos os produtos para pele, tem a palavra WHITENING, até gel de barbear). Essa onda ocidental, principalmente brasileira, do homem da caverna, predador e cheio de pelos ainda não chegou aqui como padrão de beleza). Aqui vigora a carinha de baby (traços boyband. Saudade da década de 90 S2. E em todos os cafés tocam TODAS as músicas do Westlife (Aunnn S2)), passei horas trabalhando e cantando todas as músicas do Westlife em vários cafés rsrs.
As práticas alimentares dos tailandeses foram o maior choque cultural para mim. Tudo é vendido em unidades ou em pequeninas quantidades (por isso, eles são MAGROS. Banana em unidade, maçã em unidade. Não há mercados, facilmente, pelas ruas e é comum não haver fogão para cozinhar na cozinha de muitos apartamentos (com forno etc.), porque eles têm a cultura de comer na RUA). Mas eu me frustrei a cada refeição que fiz porque acabava tendo de gastar mais para comer como estou acostumado (a parte boa é que, em cada esquina, de todos os três bairros que morei e por toda a Tailândia, há uma loja chamada Seven Eleven que vende comida 24h (em porções bem pequenas e tudo agridoce :S). Eu me lembro do dia em que fui cozinhar macarrão com azeitona e a azeitona estava com açúcar e a minha comida foi para o lixo.
Lembro-me de ALGUNS evangélicos alienados me perguntando no Brasil, quando disse que iria à Tailândia, em relação à primeira vez que comprei a minha primeira passagem para a Ásia e acabei trocando para a Alemanha, o que eu iria fazer "naqueles país"! Conspirações do demo à parte, na Tailândia, as pessoas que são adeptas ao budismo são muito, mas MUITO mais civilizadas, amorosas e respeitosas do que uma grande parte desses fanáticos religiosos brasileiros. Além disso, há um sentimento de paz social tão MARAVILHOSO AQUI, oriundo, acredito, da religião desse povo, que traz ensinamentos que se alinham à paz social e não à segregação entre céu e inferno ou à "deusificação" do homem na terra por meio de achismos e de delírios.
A Tailândia foi um dos lugares que mais me trouxe aprendizado e me acrescentou. Conviver ao lado dos tailandeses e vivenciar a cultura deles foi um presente maravilhoso, pois essas pessoas sabem, de fato, respeitar as outras. Além disso, devo mencionar que a Tailândia é um lugar seguro (essa é a melhor parte de todas S2). O custo de vida na Tailândia não é tão barato quanto eu pensava (pelo menos não em Bangkok/Banguecoque). Aluguel de apartamento é, de fato, barato, mas o preço de alimentação é caro (se você vier à Tailândia para comer como um mochileiro, o custo será, de fato, baixo, mas, se manter os seus hábitos alimentares, gastará mais com alimentação do que no Brasil e em alguns países europeus). Eu posso dizer que, para ingleses, norte-americanos e australianos, que recebem em moedas fortes, a Tailândia é um país barato, mas não para brasileiros (não tão barato quanto as pessoas dizem por aí, não mesmo, a não ser que você viva (se receber em real)/viaje como um mochileiro. O custo de vida em Zagreb é 40% menor do que em Bangkok/Banguecoque. Não cheguei a viver em outras cidades tailandesas, mas sei que Bangkok/Banguecoque é um centro urbano muito grande e valorizado na Tailândia, com mais de 11 milhões de habitantes, por isso, talvez, o custo de vida aqui seja tão elevado).
Fico por aqui, já com saudade. Eu poderia escrever um livro inteiro sobre os três meses em que passei aqui (na verdade, eu estou preparando vários vídeos sobre os meus lugares favoritos e compartilhando o que aprendi, publicarei em breve em um dos meus canais).

domingo, 22 de janeiro de 2017

Diário de um Nômade Digital: Europa

Amanhã, às 22 horas (dia 27 de setembro), embarco para Montenegro, Kotor (país número 23). 2 dias descansando e depois vou para Podgórica para, finalmente, chegar em Pristina, Kosovo (minha nova morada, país número 24). Você deve estar pensando: eu não sabia que esse país existia… (nem eu rsrs, encontrei ontem, por acaso, referência. É mais um desses países que formavam a antiga Iugoslávia). Estou aprendendo muito sobre os Bálcãs (e estou de coração e cabeça aberta para sair da minha “zona de conforto”).

O leste europeu é muito diversificado e a concepção sobre a “Europa”, que muitos de nós temos no Brasil, é bastante equivocada (é importante mencionar a separação de países que fazem parte do espaço de Schengen, países que fazem parte da União Europeia…). Muitos não sabem, mas é possível ficar na “Europa”, hoje, por anos, sem visto, somente como turista, LEGALMENTE. Eu, por exemplo, estou há cerca de 7 meses na “Europa” legalmente, sem visto ou aplicação para residência. E existem algumas modalidades de residência temporária (de fácil acesso), que muitos não sabem, o que é bem diferente de um visto. Alguns países europeus liberam residência temporariamente e, às vezes, permanentemente para brasileiros (é preciso comprovar renda e transferir dinheiro para bancos europeus. Alguns países chegam a conceder cidadania europeia, como Malta, Grécia, para investidores brasileiros. São as cidadanias “diversificadas” para tipos diversificados de cidadãos estrangeiros, ou seja, para os estrangeiros “ricos”).

Agora não dá mais para cancelar rsrs. Passagem comprada e planos feitos (viajo amanhã de ônibus). Acho que passei umas 3 semanas para decidir para onde eu iria, cheguei a comprar passagem para Tel Aviv (Israel), mas a hospedagem foi cancelada pelo Airbnb (não é possível ter controle de tudo). Depois planejei ir, novamente, para África do Sul ou Nova Zelândia, mas não deu certo. É muito complicado tentar ser espontâneo como nômade digital e deixar essas coisas para serem resolvidas tão em cima da hora… até porque isso depende de muitas circunstâncias que precisam ser verificadas como preço de passagem de avião, disponibilidade no Airbnb…



Diário de um Nômade Digital: primeiras impressões sobre Kosovo


Kosovo é um país do Leste Europeu que fazia parte da antiga Iugoslávia. Província da Sérvia, declarou sua independência em 2008, mas muitos países ainda não o reconhecem como um país, o que tem sido um grande desafio para esta nação. Grande parte da população de Kosovo é de origem albanesa, uma grande parcela da população é muçulmana, mas o estado é laico (ao menos se declara dessa maneira). O Sérvio também é uma outra língua oficial, mas falado mais pelas pessoas mais velhas.
Na capital de Kosovo, Pristina, a religião não é tão influente como nas outras cidades (não que não seja). Kosovo tem uma atmosfera de esperança, de crescimento, de desenvolvimento. Há muitas construções na cidade, novos bairros sendo criados, muitos prédios sendo construídos. Acredito que, nos próximos anos, terei uma visão muito diferente deste país quando voltar para visitá-lo.
A moeda oficial do país é o Euro, mas os preços por lá são baixos. É possível alugar um apartamento grande, no centro da cidade, por 300 euros (preço Airbnb). Alimentação tem quase o mesmo custo do Brasil, táxi é barato, academia custa em torno de 120 reais, 40 euros…
Quando eu disse que iria viver em kosovo por alguns meses, as pessoas disseram que eu estava louco, falaram muito mal do país para mim. Como sempre, entrou por um dos meus ouvidos e saiu pelo outro… vivo muito bem em Kosovo, tenho qualidade de vida aqui, é um país diferente, estou aprendendo muitas coisas, as pessoas são interessantes, a comida é maravilhosa, a cidade é bonita, não tenho nada a reclamar, venham para Kosovo (brasileiros não precisam de visto para turismo por três meses)!

De Atenas (Grécia) para Budapeste (Hungria)

De Atenas (Grécia) para Budapeste (Hungria)
Saí de Atenas. Estou há vinte e três horas viajando de ônibus. Passei por umas paisagens belíssimas. São quase 18h, mas o sol se pôs às 16h. Fora do ônibus, a temperatura está por volta dos -5 graus, mas, dentro do ônibus, o marcador indica 35 graus com o aquecedor ligado. Tenho internet, tomada… viajar de ônibus pela Europa é interessante.

Passei pela imigração de uns três países hoje. Geralmente, não me fazem perguntas, mas, hoje, a moça da imigração da Bulgária decidiu me interrogar. Ela se empolgou quando viu em meu passaporte o nome “Brasil” e decidiu treinar comigo o espanhol que eu não falo direito. Quando eu respondi há quanto tempo eu estava “viajando”, ela se assustou, perguntou se eu não trabalhava rsrs. [Eu até gostaria de ter respondido: NÃO, EU SOU RICO AHAHA]. (Expliquei, bem superficialmente, o que eu fazia, eu estava com sono), perguntou, por fim, em tom irônico e com uma expressão facial de angústia e desespero ahahaah, se eu não tinha casa (não aguentei e soltei uma gargalhada bem alta e disse: NO, MI CASA ÉS EL MUNDO). Encerrou, chocada, dizendo, com cara de reprovação: “então, você vive assim?” Respondi: “si, vivo así”. Carimbou o meu passaporte e disse adeus. =)

Kosovo: diário de um Nômade Digital


O que eu posso dizer sobre Kosovo? Eu me surpreendi, mas não sentirei saudades como sinto da Croácia. Kosovo foi a experiência mais exótica que já vivenciei até hoje. O centro de Kosovo é muito bonito. As pessoas se vestem muito bem (eu fiquei me perguntando como, sendo Kosovo o país mais pobre da Europa. Mas depois eu lembrei que eu estava na capital, no centro, enfim. Também tive de rever o meu conceito de pobreza, ainda mais se comparado ao Brasil).
Eu acho que quem quer gastar pouco e ter uma experiência bem diferente vale muito a pena visitar Kosovo. Imaginem uma cidade em que mais do que metade da população é composta por jovens entre 20 a 40 anos: Kosovo. Os preços lá são tão baixos que parece piada… A cidade é lotada de cafés, restaurantes. Eu pagava 2 euros para fazer uma refeição em um restaurante bom. Pena que eu não podia levar mais uma mala, porque eu vi cada casaco lindo por 140 reais, em lojas locais, casacos grossos, de bom material.

Vou guardar a lembrança de Pristina, capital de Kosovo, andando na rua, como se eu estivesse em um desfile de moda de inverno europeu, com pessoas extremamente bonitas (pelo menos para o que eu considero beleza), muito bem vestidas, em um cenário um pouco apocalíptico de Guerra, especialmente em regiões um pouco distantes do centro. É um verdadeiro choque cultural e visual. Muitas pessoas falavam inglês, foram receptivas comigo, na academia, na rua, no meu prédio.
Eles se dizem muçulmanos, mas não são muito praticantes, pelo menos não em Pristina, nas cidades próximas à capital, sim. Interagi mais com estrangeiros do que com os locais. A capital de Kosovo é segura, policiamento nas ruas, não me senti ameaçado em nenhum momento. Valeu a experiência


Um ano vivendo como Nômade Digital


Galera, eu comecei a viver como Nômade Digital em novembro do ano passado, quando, em uma segunda-feira de trabalho em casa (4 anos trabalhando em casa, naquela época), eu percebi que, mesmo tendo que produzir, poderia trabalhar no ônibus/avião, enquanto eu viajava, no hotel de onde eu estivesse, em qualquer lugar do Brasil (eu não tinha entendido, ainda, o poder que eu tinha em minhas mãos trabalhando remotamente e que os indexadores do Google, depois de muitos anos de investimento, mais de sete, transformariam a minha vida. Eu comecei a empreender pela internet em 2006 e só obtive retorno suficiente para viver disso em 2012/2013). Não havia mais barreiras para mim, pois a internet tinha me alavancado (eu só não tinha percebido isso, ainda, e ficava trabalhando em casa). Estava cansado de Brasília e saturado com o preço elevado de tudo por lá. Peguei um ônibus para o Sul com destino a Londrina (cheguei a cogitar viver em Curitiba, mas não gosto de viver em cidades muito grandes e sei que teria de enfrentar, nesse caso, o problema da violência dos grandes centros urbanos brasileiros).

Viajei para Londrina, coloquei o meu gato dentro da caixinha de viagem dele e entrei no ônibus com o meu notebook na mochila (acho que, a essas alturas, ele era o único ser ao qual eu ainda tinha “apego” e um sentimento errado de “posse” na vida). Tive de me desapegar dele meses depois (e de outras pessoas, também, especialmente, algumas que me faziam mal). Aluguei um apartamento muito mais barato do que onde eu vivia em Brasília, em uma área tão nobre quanto o sucateado Plano Piloto (beijos ahaha) e a minha qualidade de vida aumentou bastante. Apesar de estar satisfeito com a cidade, eu, ainda, não sentia que aquele era o meu lugar (hoje tenho dois lugares favoritos no mundo e tenho planos de ter uma base nesses lugares, mas, jamais, deixar de viajar). Voltei a Brasília em janeiro, fiquei lá por 2 meses, trabalhando em casa e refletindo muito (já fazia mais de 4 anos que eu trabalhava em casa). Comprei uma passagem de avião (claro que não foi rápido desse jeito rsrs) e fui para a Alemanha começar a viver como nômade. Eu nunca pensei que fosse dar certo, tive muito medo, mas eu percebi que eu não precisava estar em uma cidade que não gosto, pagando um preço muito alto por tudo e não ter qualidade de vida; vivia reclamando de tudo nessa época.

Aprendi, como nômade, a ter muita confiança em mim, especialmente, porque percebi que eu sou autossuficiente. Sou capaz, com a minha própria produção, por meio da internet, de viver em QUALQUER LUGAR DO MUNDO e VIVER DO QUE EU MESMO PRODUZO O/ (Isso é tão maravilhoso). Além disso, eu trabalho muito mais feliz, porque eu, simplesmente, posso viver em um lugar que me faz bem, que eu mesmo escolho, ANYWHERE. Parece ilusório e impossível ou muito marketing da minha parte, mas não é. Se você consegue produzir, em sua área, remotamente, viver na Europa e em muitos lugares do mundo é MAIS BARATO DO QUE VIVER NO BRASIL.

Mas viver como nômade também tem o seu lado difícil, que, também, me trouxe muito crescimento. Apesar de passar muito tempo sozinho em alguns países onde eu não pude interagir muito, seja porque eu não me identifiquei muito com a cultura local ou porque eu tinha muito trabalho, eu me tornei TÃO INDEPENDENTE. Acho que isso é uma das coisas mais positivas que aprendi vivendo todo esse tempo na Europa. Os europeus estão em um estágio de independência anos luz de nós brasileiros. Isso é uma questão cultural, claro. No início, pensei que as minhas relações com as pessoas seriam muito superficiais, porque vivo “pulando para lá e para cá”, mas fiz amigos com quem posso contar hoje em vários lugares do mundo (eu os visito, eles me visitam 😀). E posso voltar, sempre, não há uma sentença definitiva para mim. Por exemplo, depois de Budapeste, eu voltei para Sevilha, na Espanha, para rever amigos e ter uma nova experiência nesse lugar, com a lembrança do que eu já vivi (nossa, o céu de Sevilha *.*, a maneira pela qual as pessoas vivem e com a decoração de natal :*. Já reinventei na minha cabeça essa cidade novamente).

Saudades da família? Sim, mas eu os via de três em três meses no Brasil e, embora sejamos conectados, como saí de casa muito cedo e vivi, distante, em outra cidade, durante anos, eu não sou tão apegado a eles e, hoje, tenho em mente que família, também, é termo que se refere àqueles que me fazem bem, amigos, a quem gosto, a quem estimo; e a noção de casa, para mim, independe do que eu “tenho” (complexo isso, né, rsrs?). Mas a cada apartamento/casa que eu me mudo, com móveis que não são meus, com coisas que não são minhas, eu, mesmo assim, me sinto em casa, porque este é o meu lugar, que eu PAGUEI, COM O MEU DINHEIRO, é o lugar onde eu construirei as minhas memórias, onde eu terei uma história. Nos primeiros dias, não é fácil me acostumar, mas, depois, já crio uma intimidade com o lugar que… o mesmo digo em relação às ruas por onde passo, às academias em que malho (nossa, quando eu me lembro de uma academia chamada GYM4U na Croácia, parece uma coisa boba, mas tenho tantas memórias boas do caminho de minha casa para essa academia e da academia em si…).

Ás vezes, vivo em países mais pobres para equilibrar as minhas finanças, (senão a grana some rsrs, porque eu recebo em real), ainda mais pagando impostos tão altos no Brasil, mas posso, ao menos duas vezes ao ano, escolher onde eu quero viver por 6 meses. Vivi em países baratos, caríssimos, mas, sempre, mantive o meu equilíbrio financeiro em relação ao meu estilo de vida, eu, de verdade, não preciso de muito para viver. De vez em quando, fiz algumas coisas fúteis e caras, porque eu mereço rsrs. Fiz o meu balanço financeiro anual e, pasmem, eu gastei menos no exterior neste ano do que no Brasil no ano passado, pelo menos uns 7 mil reais a menos (não é uma diferença tão grande, mas convenhamos que a minha qualidade de vida, em relação a estar em casa em Brasília, reclamando da vida e do meu arredor, mudou muito).

Aprendi, nesse tempo, como nômade, que, por mais que as minhas emoções e que esse sentimento de pertencimento à humanidade tentem me fazer permanente, neste espaço e tempo, eu, você e toda a humanidade não SOMOS, nós, apenas, estamos (de PASSAGEM), o que permanece é o que construímos, o que deixamos (não estou falando de herança, ok?) para a próxima geração (tenhamos nós filhos ou não rsrs). Aprendi muito sobre mim como nômade, de uma maneira que sei que poucos podem experienciar. Agora, ao final do ano, eu fiquei um pouco cansado de mudar tanto, mas é possível ser nômade mesmo tendo uma base em um lugar. Há várias maneiras de experienciar o Nomadismo Digital.

Ser Nômade Digital enjoa?

Ser Nômade Digital enjoa?
Ficou de “saco cheio” da Tailândia? Pegue um avião e vá para outro país; cansou da Ásia? Vá para a Europa, cansou de tudo, quer ir ao Brasil? Vá ao Brasil (até você enjoar novamente rsrs) e, então, faça tudo novamente (ou não, experiencie novas rotas, novos lugares em um país. Você precisaria de, no mínimo, umas 200 vidas para conhecer todo o mundo. É, praticamente, impossível, mesmo que conheça todos os países do mundo, não encontrar uma razão para voltar a um local, porque, mesmo que você já tenha esgotado as possibilidades de passeios em um mesmo país/cidade, quando você voltar a um local, a sua experiência nunca será a mesma de antes, então, você, sempre, experienciará coisas novas. É por isso que viajar é algo que eu farei, SEMPRE, enquanto eu viver, porque é impossível enjoar de viajar, você pode querer descansar, por um tempo, mas “enjoar” não). É exatamente isso, nada é fixo e permanente. Os intervalos de tempo você decide, se quiser dividir o seu ano entre 6 meses no Brasil e 6 meses na Europa, é possível (mesmo sem passaporte Europeu, mas você terá de passar 3 meses em um país da Europa e 3 meses em outro que não pertença ao espaço de Schengen. Se você tiver toda a documentação corretamente e dinheiro, não será deportado, não terá problemas com imigração de país algum). No meio de todo esse “vai e vem”, você fará amizades, conhecerá pessoas e criará alguma ligação com algum lugar e acabará se sentindo (eu pelo menos me sinto assim) cidadão do mundo e terá alguns lugares favoritos no mundo para onde você, provavelmente, voltará algum dia (no meu caso: Brasil, Espanha e Croácia). Eu cansei, neste final de ano, de ficar “pulando para lá e para cá”, então, voltei para Sevilha, Espanha, onde tenho amigos.
Eu gosto de ficar mais tempo em um lugar, de 3 a 6 meses. Mais do que isso, me sinto em uma rotina, então, eu me mudo para me reinventar e me tornar mais produtivo. Quero ir ao Brasil no ano que vem, mas não consigo ficar mais do que 2 semanas na cidade onde os meus pais moram e, em Brasília, onde eu morava, eu não quero passar mais do que 1 semana, de lá vou ao Rio, do Rio a São Paulo e, de São Paulo, eu volto para algum país em qualquer lugar do mundo. Se com a idade eu pararei com isso? Acho que não. Pessoas mais velhas, também, viajam (mesmo que com menos frequência). E, mesmo que você fique, somente, 2 meses em um país, isso já o torna nômade, desde que você trabalhe, remotamente, nesse local, caso contrário, você será empreendedor digital que tirou férias em algum lugar ou, simplesmente, turista, mas não Nômade Digital.
Se for muito apegado à sua família ou se for uma pessoa que gosta de viver em comunidades, talvez o Nomadismo Digital não seja uma opção, pelo menos não para viver mudando tanto. Mas cada um decide o seu ritmo como Nômade Digital. Alguns têm uma base onde permanecem por semanas, dias um ou dois anos e, posteriormente, voltam a viajar, porque têm a liberdade de trabalhar em qualquer lugar do mundo.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Outsider na Tailândia

Primeiras impressões sobre a Tailândia


Eu confesso que nunca experienciei nada como a Tailândia. E Banguecoque, acredito, é um mundo à parte. Banguecoque é uma cidade gigante. Outro dia, fui ao dentista, de táxi, demorei quase uma hora e meia para chegar (e o taxista, para variar, não conseguiu encontrar o endereço rsrs). No final das contas, eu tive que aprender a andar de metrô (fiquei perdido por quase umas 3 horas, tentando encontrar a clínica e depois o lugar onde eu morava. Decidi morar um pouco afastado do centro, que é bem caótico e barulhento como São Paulo).
Muitas pessoas, como eu, decidem ir à Tailândia para fazer tratamento de dente (não somos loucos! Só não somos obrigados a pagar o valor abusivo da maioria dos dentistas). O meu dentista, por exemplo, é formado nos EUA, tem mestrado, doutorado lá também, a clínica tem boa infraestrutura e todos aqueles certificados internacionais; mas o preço é bastante em conta). Há vários fóruns, na internet, de estrangeiros indicando clínicas e relatando as experiências deles (muita gente vem colocar facetas de porcelana, que, no Brasil, chega a custar entre 1000 a 2000 reais por dente e aqui o custo pode variar entre 700 a 300 reais. NÃO, não é de qualidade inferior ao material produzido no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo. O meu dentista (pesquisei muito até decidir fazer o tratamento com ele), por exemplo, na fabricação de coroas etc. importa, praticamente, a maioria dos materiais da Alemanha). Obviamente, deve haver profissionais ruins como em todos os lugares (tive uma experiência ruim com dentista na Europa, por exemplo). A Tailândia é muito conhecida, também, por ser um lugar que faz cirurgia de mudança de sexo, legalizada e permitida pelo governo. Na verdade, parece haver uma "falsa" aceitação sobre questões LGBT aqui. Outro dia, conheci uma modelo transgênero, ela me contou essas coisas que compartilho neste texto com vocês. A Tailândia é considerada a capital da beleza da Ásia, cirurgia de nariz, para aumentar os olhos são comuns. Na verdade, eles estão bastante ocidentalizados para o meu gosto.
A história do garoto espanhol que tatuou no braço a imagem de um Buda ainda é uma discussão recente. Quando saí do aeroporto, vi um anúncio gigante dizendo que os estrangeiros deveriam respeitar a tradição tailandesa;a tatuagem do "Buda" representa uma "afronta" à cultura tailandesa. Achei interessante: em cada esquina por onde ando, há uma espécie de "minitemplo", igual a um "presépio". Pensei, inicialmente, que tinha alguma coisa a ver com o Budismo, mas os tailandeses me disseram que é influência indiana. Nesse "minitemplo", há vários elefantes e um "deus" central, com vários braços... os meus amigos tailandeses me disseram que a função desses templos é de proteger e de trazer sorte para que uma determinada área seja "guardada" (também é comum encontrá-los em frente a grandes edifícios comerciais, para que os negócios sejam, sempre, "abençoados".

Nunca vi tanta comoção, há muitas homenagens ao rei morto pela cidade. Até na entrada do meu condomínio, há uma foto gigante do rei com flores brancas contrastando com as pedras pretas de mármore do edifício (ui rsrs). Um tailandês me disse que os locais "cresceram" com o rei, viram-no crescer e foram muitos anos de reinado, praticamente uma vida. No dia que me perdi pelo centro da cidade, rodei, rodei, saí perguntando em inglês, para as pessoas na rua, como chegar ao meu bairro (no caminho saía comprando tudo que via pela frente. Encontrei ovo rosa, fiquei empolgado, comprei, depois, quando abri, vi que era ovo choco, com o pintinho quase em formação (eca!). Acabei comprando um chip, fazendo mímica no mercado, e consegui me localizar melhor com o meu celular. Aprendi a agradecer, juntando as palmas das minhas mãos e abaixando o meu queixo até os dedos, fazendo carinha de pastelzinho ahauahauahau (achei tão bonitinho :)).
Cada compra saía por um valor mais barato do que outro. Apesar do medo (de pegar uma infecção alimentar, mas eu levei comprimido de carvão mineral comigo, baby 0/), parei em uns três restaurantes locais, aqueles com cadeiras de plástico e experimentei os apimentados (e muito doces) pratos tailandeses. MUITO BOM! Durante as várias vezes que fui ao mercado, percebi que eles vendem quase todos os itens em pequena quantidade. As porções de comida são muito pequenas, acredito que isso se articula ao estilo de vida deles, eles devem comer muitas vezes ao dia, em pouca quantidade, por isso são, geralmente, magros. Mas, para um atleta como eu rsrs, preciso, ao menos, de umas três refeições deles. Eles, também, consomem pouca proteína de carne, os pratos contêm mais carboidratos. Alguns Iogurtes têm gosto artificial. Alguns sucos têm gosto de remédio.
Poucas pessoas falam inglês, eu não entendo o sotaque. Mas todos são muito gentis e fazem mímica, sorriem bastante (ainda não identifiquei o sentido dos sorrisos, parecem todos iguais para mim). Um calor! O termômetro marca 30 graus, mas eu sinto que é 40 O.o. As calçadas não são lugares, somente, de pedestre, mas de motos também (isso mesmo), o trânsito até nas calçadas é muito louco por aqui rsrs.
Sinto um ar meio "OUTSIDER". Na verdade, sempre me senti assim, mas parece que este é o meu lugar rsrs, eu me sinto bem normal na Tailândia. E eu nunca vi tanto estrangeiro OUTSIDER como aqui (parece que estão todos vivendo as suas realidades paralelas e é isso aí, todo mundo na sua, tranquilo rsrs, os tailandeses, também, são muito tranquilos, as pessoas não ficam olhando para você na rua como no Brasil, encarando ou te avaliando).
A arquitetura da cidade é bem diferente, eu me sinto naqueles episódios de Jaspion, com os carros coloridos e aqueles prédios estilo asiático, Power Rangers, fica algo assim no ar. Quando vejo algum estudante vestido de uniforme no metrô, fico lembrando do uniforme da Saylor Moon. Fiz amizade com umas pessoas muito interessantes, gente de boa energia. Não é aconselhável beber água da torneira. Os condomínios tailandeses são muito bonitos e modernos. Ainda quero ir à capital dos Nômades Digitais, Chiang Mai, para conhecer mais pessoas como eu. Quero fazer massagem tailandesa, aulas de meditação.
É tudo tão diferente que até sacar dinheiro no ATM do mercado é novidade ^^. (Aparecem umas opções com brindes rsrs, depois que você saca o dinheiro, mas eu acho que é propaganda enganosa, não quis arriscar).
Estou curtindo demais!