domingo, 22 de janeiro de 2017

Diário de um Nômade Digital: Europa

Amanhã, às 22 horas (dia 27 de setembro), embarco para Montenegro, Kotor (país número 23). 2 dias descansando e depois vou para Podgórica para, finalmente, chegar em Pristina, Kosovo (minha nova morada, país número 24). Você deve estar pensando: eu não sabia que esse país existia… (nem eu rsrs, encontrei ontem, por acaso, referência. É mais um desses países que formavam a antiga Iugoslávia). Estou aprendendo muito sobre os Bálcãs (e estou de coração e cabeça aberta para sair da minha “zona de conforto”).

O leste europeu é muito diversificado e a concepção sobre a “Europa”, que muitos de nós temos no Brasil, é bastante equivocada (é importante mencionar a separação de países que fazem parte do espaço de Schengen, países que fazem parte da União Europeia…). Muitos não sabem, mas é possível ficar na “Europa”, hoje, por anos, sem visto, somente como turista, LEGALMENTE. Eu, por exemplo, estou há cerca de 7 meses na “Europa” legalmente, sem visto ou aplicação para residência. E existem algumas modalidades de residência temporária (de fácil acesso), que muitos não sabem, o que é bem diferente de um visto. Alguns países europeus liberam residência temporariamente e, às vezes, permanentemente para brasileiros (é preciso comprovar renda e transferir dinheiro para bancos europeus. Alguns países chegam a conceder cidadania europeia, como Malta, Grécia, para investidores brasileiros. São as cidadanias “diversificadas” para tipos diversificados de cidadãos estrangeiros, ou seja, para os estrangeiros “ricos”).

Agora não dá mais para cancelar rsrs. Passagem comprada e planos feitos (viajo amanhã de ônibus). Acho que passei umas 3 semanas para decidir para onde eu iria, cheguei a comprar passagem para Tel Aviv (Israel), mas a hospedagem foi cancelada pelo Airbnb (não é possível ter controle de tudo). Depois planejei ir, novamente, para África do Sul ou Nova Zelândia, mas não deu certo. É muito complicado tentar ser espontâneo como nômade digital e deixar essas coisas para serem resolvidas tão em cima da hora… até porque isso depende de muitas circunstâncias que precisam ser verificadas como preço de passagem de avião, disponibilidade no Airbnb…



Diário de um Nômade Digital: primeiras impressões sobre Kosovo


Kosovo é um país do Leste Europeu que fazia parte da antiga Iugoslávia. Província da Sérvia, declarou sua independência em 2008, mas muitos países ainda não o reconhecem como um país, o que tem sido um grande desafio para esta nação. Grande parte da população de Kosovo é de origem albanesa, uma grande parcela da população é muçulmana, mas o estado é laico (ao menos se declara dessa maneira). O Sérvio também é uma outra língua oficial, mas falado mais pelas pessoas mais velhas.
Na capital de Kosovo, Pristina, a religião não é tão influente como nas outras cidades (não que não seja). Kosovo tem uma atmosfera de esperança, de crescimento, de desenvolvimento. Há muitas construções na cidade, novos bairros sendo criados, muitos prédios sendo construídos. Acredito que, nos próximos anos, terei uma visão muito diferente deste país quando voltar para visitá-lo.
A moeda oficial do país é o Euro, mas os preços por lá são baixos. É possível alugar um apartamento grande, no centro da cidade, por 300 euros (preço Airbnb). Alimentação tem quase o mesmo custo do Brasil, táxi é barato, academia custa em torno de 120 reais, 40 euros…
Quando eu disse que iria viver em kosovo por alguns meses, as pessoas disseram que eu estava louco, falaram muito mal do país para mim. Como sempre, entrou por um dos meus ouvidos e saiu pelo outro… vivo muito bem em Kosovo, tenho qualidade de vida aqui, é um país diferente, estou aprendendo muitas coisas, as pessoas são interessantes, a comida é maravilhosa, a cidade é bonita, não tenho nada a reclamar, venham para Kosovo (brasileiros não precisam de visto para turismo por três meses)!

De Atenas (Grécia) para Budapeste (Hungria)

De Atenas (Grécia) para Budapeste (Hungria)
Saí de Atenas. Estou há vinte e três horas viajando de ônibus. Passei por umas paisagens belíssimas. São quase 18h, mas o sol se pôs às 16h. Fora do ônibus, a temperatura está por volta dos -5 graus, mas, dentro do ônibus, o marcador indica 35 graus com o aquecedor ligado. Tenho internet, tomada… viajar de ônibus pela Europa é interessante.

Passei pela imigração de uns três países hoje. Geralmente, não me fazem perguntas, mas, hoje, a moça da imigração da Bulgária decidiu me interrogar. Ela se empolgou quando viu em meu passaporte o nome “Brasil” e decidiu treinar comigo o espanhol que eu não falo direito. Quando eu respondi há quanto tempo eu estava “viajando”, ela se assustou, perguntou se eu não trabalhava rsrs. [Eu até gostaria de ter respondido: NÃO, EU SOU RICO AHAHA]. (Expliquei, bem superficialmente, o que eu fazia, eu estava com sono), perguntou, por fim, em tom irônico e com uma expressão facial de angústia e desespero ahahaah, se eu não tinha casa (não aguentei e soltei uma gargalhada bem alta e disse: NO, MI CASA ÉS EL MUNDO). Encerrou, chocada, dizendo, com cara de reprovação: “então, você vive assim?” Respondi: “si, vivo así”. Carimbou o meu passaporte e disse adeus. =)

Kosovo: diário de um Nômade Digital


O que eu posso dizer sobre Kosovo? Eu me surpreendi, mas não sentirei saudades como sinto da Croácia. Kosovo foi a experiência mais exótica que já vivenciei até hoje. O centro de Kosovo é muito bonito. As pessoas se vestem muito bem (eu fiquei me perguntando como, sendo Kosovo o país mais pobre da Europa. Mas depois eu lembrei que eu estava na capital, no centro, enfim. Também tive de rever o meu conceito de pobreza, ainda mais se comparado ao Brasil).
Eu acho que quem quer gastar pouco e ter uma experiência bem diferente vale muito a pena visitar Kosovo. Imaginem uma cidade em que mais do que metade da população é composta por jovens entre 20 a 40 anos: Kosovo. Os preços lá são tão baixos que parece piada… A cidade é lotada de cafés, restaurantes. Eu pagava 2 euros para fazer uma refeição em um restaurante bom. Pena que eu não podia levar mais uma mala, porque eu vi cada casaco lindo por 140 reais, em lojas locais, casacos grossos, de bom material.

Vou guardar a lembrança de Pristina, capital de Kosovo, andando na rua, como se eu estivesse em um desfile de moda de inverno europeu, com pessoas extremamente bonitas (pelo menos para o que eu considero beleza), muito bem vestidas, em um cenário um pouco apocalíptico de Guerra, especialmente em regiões um pouco distantes do centro. É um verdadeiro choque cultural e visual. Muitas pessoas falavam inglês, foram receptivas comigo, na academia, na rua, no meu prédio.
Eles se dizem muçulmanos, mas não são muito praticantes, pelo menos não em Pristina, nas cidades próximas à capital, sim. Interagi mais com estrangeiros do que com os locais. A capital de Kosovo é segura, policiamento nas ruas, não me senti ameaçado em nenhum momento. Valeu a experiência


Um ano vivendo como Nômade Digital


Galera, eu comecei a viver como Nômade Digital em novembro do ano passado, quando, em uma segunda-feira de trabalho em casa (4 anos trabalhando em casa, naquela época), eu percebi que, mesmo tendo que produzir, poderia trabalhar no ônibus/avião, enquanto eu viajava, no hotel de onde eu estivesse, em qualquer lugar do Brasil (eu não tinha entendido, ainda, o poder que eu tinha em minhas mãos trabalhando remotamente e que os indexadores do Google, depois de muitos anos de investimento, mais de sete, transformariam a minha vida. Eu comecei a empreender pela internet em 2006 e só obtive retorno suficiente para viver disso em 2012/2013). Não havia mais barreiras para mim, pois a internet tinha me alavancado (eu só não tinha percebido isso, ainda, e ficava trabalhando em casa). Estava cansado de Brasília e saturado com o preço elevado de tudo por lá. Peguei um ônibus para o Sul com destino a Londrina (cheguei a cogitar viver em Curitiba, mas não gosto de viver em cidades muito grandes e sei que teria de enfrentar, nesse caso, o problema da violência dos grandes centros urbanos brasileiros).

Viajei para Londrina, coloquei o meu gato dentro da caixinha de viagem dele e entrei no ônibus com o meu notebook na mochila (acho que, a essas alturas, ele era o único ser ao qual eu ainda tinha “apego” e um sentimento errado de “posse” na vida). Tive de me desapegar dele meses depois (e de outras pessoas, também, especialmente, algumas que me faziam mal). Aluguei um apartamento muito mais barato do que onde eu vivia em Brasília, em uma área tão nobre quanto o sucateado Plano Piloto (beijos ahaha) e a minha qualidade de vida aumentou bastante. Apesar de estar satisfeito com a cidade, eu, ainda, não sentia que aquele era o meu lugar (hoje tenho dois lugares favoritos no mundo e tenho planos de ter uma base nesses lugares, mas, jamais, deixar de viajar). Voltei a Brasília em janeiro, fiquei lá por 2 meses, trabalhando em casa e refletindo muito (já fazia mais de 4 anos que eu trabalhava em casa). Comprei uma passagem de avião (claro que não foi rápido desse jeito rsrs) e fui para a Alemanha começar a viver como nômade. Eu nunca pensei que fosse dar certo, tive muito medo, mas eu percebi que eu não precisava estar em uma cidade que não gosto, pagando um preço muito alto por tudo e não ter qualidade de vida; vivia reclamando de tudo nessa época.

Aprendi, como nômade, a ter muita confiança em mim, especialmente, porque percebi que eu sou autossuficiente. Sou capaz, com a minha própria produção, por meio da internet, de viver em QUALQUER LUGAR DO MUNDO e VIVER DO QUE EU MESMO PRODUZO O/ (Isso é tão maravilhoso). Além disso, eu trabalho muito mais feliz, porque eu, simplesmente, posso viver em um lugar que me faz bem, que eu mesmo escolho, ANYWHERE. Parece ilusório e impossível ou muito marketing da minha parte, mas não é. Se você consegue produzir, em sua área, remotamente, viver na Europa e em muitos lugares do mundo é MAIS BARATO DO QUE VIVER NO BRASIL.

Mas viver como nômade também tem o seu lado difícil, que, também, me trouxe muito crescimento. Apesar de passar muito tempo sozinho em alguns países onde eu não pude interagir muito, seja porque eu não me identifiquei muito com a cultura local ou porque eu tinha muito trabalho, eu me tornei TÃO INDEPENDENTE. Acho que isso é uma das coisas mais positivas que aprendi vivendo todo esse tempo na Europa. Os europeus estão em um estágio de independência anos luz de nós brasileiros. Isso é uma questão cultural, claro. No início, pensei que as minhas relações com as pessoas seriam muito superficiais, porque vivo “pulando para lá e para cá”, mas fiz amigos com quem posso contar hoje em vários lugares do mundo (eu os visito, eles me visitam 😀). E posso voltar, sempre, não há uma sentença definitiva para mim. Por exemplo, depois de Budapeste, eu voltei para Sevilha, na Espanha, para rever amigos e ter uma nova experiência nesse lugar, com a lembrança do que eu já vivi (nossa, o céu de Sevilha *.*, a maneira pela qual as pessoas vivem e com a decoração de natal :*. Já reinventei na minha cabeça essa cidade novamente).

Saudades da família? Sim, mas eu os via de três em três meses no Brasil e, embora sejamos conectados, como saí de casa muito cedo e vivi, distante, em outra cidade, durante anos, eu não sou tão apegado a eles e, hoje, tenho em mente que família, também, é termo que se refere àqueles que me fazem bem, amigos, a quem gosto, a quem estimo; e a noção de casa, para mim, independe do que eu “tenho” (complexo isso, né, rsrs?). Mas a cada apartamento/casa que eu me mudo, com móveis que não são meus, com coisas que não são minhas, eu, mesmo assim, me sinto em casa, porque este é o meu lugar, que eu PAGUEI, COM O MEU DINHEIRO, é o lugar onde eu construirei as minhas memórias, onde eu terei uma história. Nos primeiros dias, não é fácil me acostumar, mas, depois, já crio uma intimidade com o lugar que… o mesmo digo em relação às ruas por onde passo, às academias em que malho (nossa, quando eu me lembro de uma academia chamada GYM4U na Croácia, parece uma coisa boba, mas tenho tantas memórias boas do caminho de minha casa para essa academia e da academia em si…).

Ás vezes, vivo em países mais pobres para equilibrar as minhas finanças, (senão a grana some rsrs, porque eu recebo em real), ainda mais pagando impostos tão altos no Brasil, mas posso, ao menos duas vezes ao ano, escolher onde eu quero viver por 6 meses. Vivi em países baratos, caríssimos, mas, sempre, mantive o meu equilíbrio financeiro em relação ao meu estilo de vida, eu, de verdade, não preciso de muito para viver. De vez em quando, fiz algumas coisas fúteis e caras, porque eu mereço rsrs. Fiz o meu balanço financeiro anual e, pasmem, eu gastei menos no exterior neste ano do que no Brasil no ano passado, pelo menos uns 7 mil reais a menos (não é uma diferença tão grande, mas convenhamos que a minha qualidade de vida, em relação a estar em casa em Brasília, reclamando da vida e do meu arredor, mudou muito).

Aprendi, nesse tempo, como nômade, que, por mais que as minhas emoções e que esse sentimento de pertencimento à humanidade tentem me fazer permanente, neste espaço e tempo, eu, você e toda a humanidade não SOMOS, nós, apenas, estamos (de PASSAGEM), o que permanece é o que construímos, o que deixamos (não estou falando de herança, ok?) para a próxima geração (tenhamos nós filhos ou não rsrs). Aprendi muito sobre mim como nômade, de uma maneira que sei que poucos podem experienciar. Agora, ao final do ano, eu fiquei um pouco cansado de mudar tanto, mas é possível ser nômade mesmo tendo uma base em um lugar. Há várias maneiras de experienciar o Nomadismo Digital.

Ser Nômade Digital enjoa?

Ser Nômade Digital enjoa?
Ficou de “saco cheio” da Tailândia? Pegue um avião e vá para outro país; cansou da Ásia? Vá para a Europa, cansou de tudo, quer ir ao Brasil? Vá ao Brasil (até você enjoar novamente rsrs) e, então, faça tudo novamente (ou não, experiencie novas rotas, novos lugares em um país. Você precisaria de, no mínimo, umas 200 vidas para conhecer todo o mundo. É, praticamente, impossível, mesmo que conheça todos os países do mundo, não encontrar uma razão para voltar a um local, porque, mesmo que você já tenha esgotado as possibilidades de passeios em um mesmo país/cidade, quando você voltar a um local, a sua experiência nunca será a mesma de antes, então, você, sempre, experienciará coisas novas. É por isso que viajar é algo que eu farei, SEMPRE, enquanto eu viver, porque é impossível enjoar de viajar, você pode querer descansar, por um tempo, mas “enjoar” não). É exatamente isso, nada é fixo e permanente. Os intervalos de tempo você decide, se quiser dividir o seu ano entre 6 meses no Brasil e 6 meses na Europa, é possível (mesmo sem passaporte Europeu, mas você terá de passar 3 meses em um país da Europa e 3 meses em outro que não pertença ao espaço de Schengen. Se você tiver toda a documentação corretamente e dinheiro, não será deportado, não terá problemas com imigração de país algum). No meio de todo esse “vai e vem”, você fará amizades, conhecerá pessoas e criará alguma ligação com algum lugar e acabará se sentindo (eu pelo menos me sinto assim) cidadão do mundo e terá alguns lugares favoritos no mundo para onde você, provavelmente, voltará algum dia (no meu caso: Brasil, Espanha e Croácia). Eu cansei, neste final de ano, de ficar “pulando para lá e para cá”, então, voltei para Sevilha, Espanha, onde tenho amigos.
Eu gosto de ficar mais tempo em um lugar, de 3 a 6 meses. Mais do que isso, me sinto em uma rotina, então, eu me mudo para me reinventar e me tornar mais produtivo. Quero ir ao Brasil no ano que vem, mas não consigo ficar mais do que 2 semanas na cidade onde os meus pais moram e, em Brasília, onde eu morava, eu não quero passar mais do que 1 semana, de lá vou ao Rio, do Rio a São Paulo e, de São Paulo, eu volto para algum país em qualquer lugar do mundo. Se com a idade eu pararei com isso? Acho que não. Pessoas mais velhas, também, viajam (mesmo que com menos frequência). E, mesmo que você fique, somente, 2 meses em um país, isso já o torna nômade, desde que você trabalhe, remotamente, nesse local, caso contrário, você será empreendedor digital que tirou férias em algum lugar ou, simplesmente, turista, mas não Nômade Digital.
Se for muito apegado à sua família ou se for uma pessoa que gosta de viver em comunidades, talvez o Nomadismo Digital não seja uma opção, pelo menos não para viver mudando tanto. Mas cada um decide o seu ritmo como Nômade Digital. Alguns têm uma base onde permanecem por semanas, dias um ou dois anos e, posteriormente, voltam a viajar, porque têm a liberdade de trabalhar em qualquer lugar do mundo.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Outsider na Tailândia

Primeiras impressões sobre a Tailândia


Eu confesso que nunca experienciei nada como a Tailândia. E Banguecoque, acredito, é um mundo à parte. Banguecoque é uma cidade gigante. Outro dia, fui ao dentista, de táxi, demorei quase uma hora e meia para chegar (e o taxista, para variar, não conseguiu encontrar o endereço rsrs). No final das contas, eu tive que aprender a andar de metrô (fiquei perdido por quase umas 3 horas, tentando encontrar a clínica e depois o lugar onde eu morava. Decidi morar um pouco afastado do centro, que é bem caótico e barulhento como São Paulo).
Muitas pessoas, como eu, decidem ir à Tailândia para fazer tratamento de dente (não somos loucos! Só não somos obrigados a pagar o valor abusivo da maioria dos dentistas). O meu dentista, por exemplo, é formado nos EUA, tem mestrado, doutorado lá também, a clínica tem boa infraestrutura e todos aqueles certificados internacionais; mas o preço é bastante em conta). Há vários fóruns, na internet, de estrangeiros indicando clínicas e relatando as experiências deles (muita gente vem colocar facetas de porcelana, que, no Brasil, chega a custar entre 1000 a 2000 reais por dente e aqui o custo pode variar entre 700 a 300 reais. NÃO, não é de qualidade inferior ao material produzido no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo. O meu dentista (pesquisei muito até decidir fazer o tratamento com ele), por exemplo, na fabricação de coroas etc. importa, praticamente, a maioria dos materiais da Alemanha). Obviamente, deve haver profissionais ruins como em todos os lugares (tive uma experiência ruim com dentista na Europa, por exemplo). A Tailândia é muito conhecida, também, por ser um lugar que faz cirurgia de mudança de sexo, legalizada e permitida pelo governo. Na verdade, parece haver uma "falsa" aceitação sobre questões LGBT aqui. Outro dia, conheci uma modelo transgênero, ela me contou essas coisas que compartilho neste texto com vocês. A Tailândia é considerada a capital da beleza da Ásia, cirurgia de nariz, para aumentar os olhos são comuns. Na verdade, eles estão bastante ocidentalizados para o meu gosto.
A história do garoto espanhol que tatuou no braço a imagem de um Buda ainda é uma discussão recente. Quando saí do aeroporto, vi um anúncio gigante dizendo que os estrangeiros deveriam respeitar a tradição tailandesa;a tatuagem do "Buda" representa uma "afronta" à cultura tailandesa. Achei interessante: em cada esquina por onde ando, há uma espécie de "minitemplo", igual a um "presépio". Pensei, inicialmente, que tinha alguma coisa a ver com o Budismo, mas os tailandeses me disseram que é influência indiana. Nesse "minitemplo", há vários elefantes e um "deus" central, com vários braços... os meus amigos tailandeses me disseram que a função desses templos é de proteger e de trazer sorte para que uma determinada área seja "guardada" (também é comum encontrá-los em frente a grandes edifícios comerciais, para que os negócios sejam, sempre, "abençoados".

Nunca vi tanta comoção, há muitas homenagens ao rei morto pela cidade. Até na entrada do meu condomínio, há uma foto gigante do rei com flores brancas contrastando com as pedras pretas de mármore do edifício (ui rsrs). Um tailandês me disse que os locais "cresceram" com o rei, viram-no crescer e foram muitos anos de reinado, praticamente uma vida. No dia que me perdi pelo centro da cidade, rodei, rodei, saí perguntando em inglês, para as pessoas na rua, como chegar ao meu bairro (no caminho saía comprando tudo que via pela frente. Encontrei ovo rosa, fiquei empolgado, comprei, depois, quando abri, vi que era ovo choco, com o pintinho quase em formação (eca!). Acabei comprando um chip, fazendo mímica no mercado, e consegui me localizar melhor com o meu celular. Aprendi a agradecer, juntando as palmas das minhas mãos e abaixando o meu queixo até os dedos, fazendo carinha de pastelzinho ahauahauahau (achei tão bonitinho :)).
Cada compra saía por um valor mais barato do que outro. Apesar do medo (de pegar uma infecção alimentar, mas eu levei comprimido de carvão mineral comigo, baby 0/), parei em uns três restaurantes locais, aqueles com cadeiras de plástico e experimentei os apimentados (e muito doces) pratos tailandeses. MUITO BOM! Durante as várias vezes que fui ao mercado, percebi que eles vendem quase todos os itens em pequena quantidade. As porções de comida são muito pequenas, acredito que isso se articula ao estilo de vida deles, eles devem comer muitas vezes ao dia, em pouca quantidade, por isso são, geralmente, magros. Mas, para um atleta como eu rsrs, preciso, ao menos, de umas três refeições deles. Eles, também, consomem pouca proteína de carne, os pratos contêm mais carboidratos. Alguns Iogurtes têm gosto artificial. Alguns sucos têm gosto de remédio.
Poucas pessoas falam inglês, eu não entendo o sotaque. Mas todos são muito gentis e fazem mímica, sorriem bastante (ainda não identifiquei o sentido dos sorrisos, parecem todos iguais para mim). Um calor! O termômetro marca 30 graus, mas eu sinto que é 40 O.o. As calçadas não são lugares, somente, de pedestre, mas de motos também (isso mesmo), o trânsito até nas calçadas é muito louco por aqui rsrs.
Sinto um ar meio "OUTSIDER". Na verdade, sempre me senti assim, mas parece que este é o meu lugar rsrs, eu me sinto bem normal na Tailândia. E eu nunca vi tanto estrangeiro OUTSIDER como aqui (parece que estão todos vivendo as suas realidades paralelas e é isso aí, todo mundo na sua, tranquilo rsrs, os tailandeses, também, são muito tranquilos, as pessoas não ficam olhando para você na rua como no Brasil, encarando ou te avaliando).
A arquitetura da cidade é bem diferente, eu me sinto naqueles episódios de Jaspion, com os carros coloridos e aqueles prédios estilo asiático, Power Rangers, fica algo assim no ar. Quando vejo algum estudante vestido de uniforme no metrô, fico lembrando do uniforme da Saylor Moon. Fiz amizade com umas pessoas muito interessantes, gente de boa energia. Não é aconselhável beber água da torneira. Os condomínios tailandeses são muito bonitos e modernos. Ainda quero ir à capital dos Nômades Digitais, Chiang Mai, para conhecer mais pessoas como eu. Quero fazer massagem tailandesa, aulas de meditação.
É tudo tão diferente que até sacar dinheiro no ATM do mercado é novidade ^^. (Aparecem umas opções com brindes rsrs, depois que você saca o dinheiro, mas eu acho que é propaganda enganosa, não quis arriscar).
Estou curtindo demais!